terça-feira, 28 de agosto de 2012

Obesidade e depressão. Elas podem estar ligadas!


Obesidade e depressão. Elas podem estar ligadas!


Depressão engorda? Ou é o sobrepeso que leva a 
uma tristeza profunda?
Existe sim, uma ligação entre obesidade e depressão.
 O excesso de peso aumenta o risco de uma tristeza
 profunda e patogênica. O desequilíbrio emocional pode
 ser o primeiro passo para o ganho de peso exagerado. 
Mas por que isso acontece?
Entenda como essas duas questões estão  ligadas.
Por fuga
“A alimentação é vista como afeto pela cultura humana. 
Nosso primeiro contato com o afeto é por meio da amamentação.
 Cozinhar para os outros é um sinal de carinho. Quase todo 
encontro humano acontece ao redor de uma mesa. Nesse sentido,
 comer pode substituir uma falta de afeto, ser uma tentativa de 
aplacar a solidão e a baixa autoestima. A comida preenche 
simbolicamente o vazio emocional”, analisa a psicóloga 
Cecília Zylberstajn.
Assim, pode se comer por nervosismo, ansiedade e 
tristeza, especialmente quando não se quer entrar em contato 
com os próprios sentimentos. A comida ainda promove satisfação 
e sensação de bem-estar – embora momentâneas. E todo mundo 
sabe que comer em excesso, geralmente, resulta em sobrecarga 
na balança.
Por disfunções e fatores culturais
 “A obesidade é um fator de piora de qualidade de vida por um 
grande número de fatores físicos e psíquicos. Não se pode esquecer
 da pressão exercida pelos padrões de belezaatuais, que não 
valorizam o sobrepeso”, lembra o psiquiatra Adriano Segal, 
presidente da Comissão de Especialidades Associadas da 
Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica 
(COESAS – SBCBM).
Diante do padrão social disseminado contra a obesidade, 
pessoas obesas podem apresentar autoestima diminuída,
 retraimento social e outros eventos negativos gerados pela
 situação de estresse.
Entenda alguns distúrbios alimentares que têm influência 
emocional:
  • Anorexia nervosa: quadro em que há relevante perda
  •  involuntária. O indivíduo deixa de comer, ou come o mínimo
  •  possível, por medo de engordar, configurando doença grave 
  • que pode levar ao óbito.
  • Bulimia nervosa: episódios repetidos de compulsão alimentar 
  • intercalados com comportamentos inadequados voltados para 
  • a perda de peso, tais como vômitos autoinduzidos, abuso
  •  de laxantes e diuréticos, jejuns prolongados e exercícios físicos 
  • em excesso.
  • Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica: episódios repetidos 
  • de compulsão alimentar sem os comportamentos inadequados 
  • voltados para a perda de peso.
  • Síndrome Alimentar Noturna: ingestão de mais da metade das calorias
  •  ingeridas no dia após o anoitecer, princípio de insônia e, para
  •  alguns, falta de fome no período da manhã. 










RELAÇÃO EM NÚMEROS
  • obesidade aumenta em 55% o risco de depressão em pessoas 
  • anteriormente não depressivas;
  • depressão aumenta em 58% o risco de pessoas com peso 
  • normal se tornarem obesas;
  • Cerca de um em cada quatro casos de obesidade está associado 
  • a algum distúrbio de humor ou ansiedade.
Texto: Marcella Pereira e Melissa Marques
Constultorias: Cecília Zylberstajn, psicóloga; Adriano Segal, 
psiquiatra e presidente da Comissão de Especialidades Associadas 
da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica
 (COESAS – SBCBM) 
Fonte: Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade
 e da Síndrome Metabólica (Abeso) 
Foto: ThinkStock / Getty Images

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