Segundo pesquisa do IBGE e Ministério da Saúde de 2008-2009, com dados de 188 mil pessoas de todas as idades, a obesidade e o excesso de peso têm aumentado rapidamente nos últimos anos em todas as faixas etárias no Brasil.
50% dos homens e 48% das mulheres têm excesso de peso, sendo que 12,5% dos homens e 16,9% das mulheres são obesos.
Para muitas pessoas com excesso de peso, emagrecer não é só uma questão de boa vontade. Por mais que tentem, exercícios e dietas às vezes não são suficientes para atingir o resultado desejado.
Sendo assim, as cirurgias de perda de peso, como a cirurgia bariátrica e metabólica, se tornam mais comuns conforme os números da obesidade aumentam.
Conhecido popularmente como redução de estômago, o procedimento reúne técnicas com respaldo científico para tratar obesidade e doenças associadas ao excesso de gordura, como diabetes e hipertensão.
As cirurgias podem ser de três tipos: restritivas (que diminuem a quantidade de alimentos que o estômago é capaz de comportar), disabsortivas (que reduzem a capacidade de absorção do intestino) ou mistas (com pequeno grau de restrição e desvio curto do intestino com discreta má absorção de alimentos).
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), 60.000 operações bariátricas foram feitas no país ano passado, um aumento de 275% em relação a 2003, primeiro ano de registro. Esses números colocam o Brasil no segundo lugar do ranking de cirurgias bariátricas, atrás apenas dos Estados Unidos, com 300.000 procedimentos em 2010.
Esses tipos de operações normalmente resultam em perda de peso dramática, às vezes de até 45 quilos. Daí você se pergunta: será que esse é o melhor caminho para se combater a obesidade?
Ainda não podemos responder totalmente essa pergunta, mas, no geral, a ciência considera que a cirurgia de perda de peso é benéfica aos pacientes.
Um novo estudo da Universidade Estadual do Arizona (EUA) concluiu que pessoas que fizeram a cirurgia bariátrica para tratar a obesidade tiveram uma melhora geral na qualidade de vida após o procedimento, incluindo melhora nas condições médicas.
213 pacientes com idade entre 26 e 73 anos participaram do estudo. As motivações para eles fazerem a cirurgia, em ordem, foram: diminuir o risco de problemas de saúde, melhorar a saúde geral, melhorar a aparência e aumentar a autoestima. Eles também citaram a capacidade de estar fisicamente ativo – por exemplo, ser capaz de brincar com os filhos – como uma boa razão para a cirurgia.
A perda de peso entre os participantes foi, em média, de 43 quilos por pessoa, mas a gama de experiências foi grande: de um ganho de 36 quilos, situação atípica, segundo os pesquisadores, até uma perda de peso de 117 quilos.
Entre os problemas de saúde que os entrevistados relataram melhorias pós-cirurgia estão diabetes, doença cardíaca, nível de colesterol e apneia do sono. A maior mobilidade também foi um dos aspectos positivos de fazer a cirurgia.
As pessoas que queriam reduzir reações negativas ao seu peso entre amigos e familiares relataram um melhor relacionamento social após a cirurgia. Os entrevistados também relataram uma diminuição na depressão pós-procedimento.
“Isso fornece evidências de que a superação do estigma de estar acima do peso, refletida por reações negativas dos outros, pode levar a uma maior satisfação entre os relacionamentos com a família e amigos, e na vida social em geral”, disse Doris A. Palmer, coautora da pesquisa.
Ainda assim, a média de satisfação dos pacientes com a aparência foi menor que a média de satisfação com outros aspectos após a cirurgia. Os cientistas sugerem que “problemas” estéticos, como pele flácida, podiam permanecer pós-cirurgia e ainda constranger as pessoas.[ScienceDaily, ObesidadeBR, SBCB, Abril]
Nenhum comentário:
Postar um comentário