Flúvia Lacerda - Modelo
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Olá, eu sou a Flúvia Lacerda. Seja bem-vinda (o) ao meu espaço, onde vou orientar sobre beleza, moda, saúde, alimentação e é claro o mundo Plus Size.
Gordinha e linda, sim. E por que não?
Valorize a saúde e seja feliz com o seu corpo
Mudança. Alguém consegue imaginar qual o impacto de se trocar toda uma história, infância e juventude no Norte do Brasil pela loucura de uma cidade grande como Nova Iorque? Já faz uns 10 anos que moro aqui e é estranho dizer: hoje, toda essa loucura da Big Apple já faz parte de mim.
A adaptação não foi tão difícil, entretanto, nada poderia ter me preparado para a maior revolução que aconteceu na minha vida, anos depois de ter trocado de casa .
Um dia, estava dentro de um ônibus atravessando Manhattan quando fui abordada por uma americana, que me questionou sobre a possibilidade de trabalhar como modelo. Na hora, achei que era uma piada e cheguei até a procurar por uma câmera escondida, afinal, como eu, uma mulher acima do peso (no Brasil, meu manequim é 48), poderia ser considerada material ideal para o mundo da moda? Modelo não tem de ser de pele e osso ?
A tal mulher era editora de uma revista de moda. Ela me deu o seu cartão e me direcionou para uma agência de modelos, dando uma explicação rápida de como funcionava esse mercado plus size , isto é, exclusivo para as gordinhas. Eu não fazia idéia de que existia algo assim e, principalmente, que se tratava de um negócio lucrativo e de grande sucesso.
Alguns dias depois, após longos debates com a minha família, tomei coragem e fui conhecer a tal agência. O que tinha a perder? Consegui, para minha surpresa, facilmente um encontro com o agente indicado pela editora. Aparentemente, ela já havia entrado em contato com ele e mencionado a possibilidade da minha visita.
Conversamos por muito tempo e comecei a entender todos os detalhes sobre o que envolve o trabalho de modelo. Mas o que mais me impressionou foi ter sido considerada uma mulher de beleza exótica ! Nem preciso dizer que nós, brasileiras, temos ótima reputação no mundo da moda. Morro de orgulho de ser brasileira e Deus sabe como agradeço por ter essas raízes! Saí de lá com o contrato e depois disso, sim, minha vida mudou completamente.
Minha carreira tem sido um conto de fadas! Quem diria que uma gordinha poderia ser considerada linda e sexy? Eu mesma seria a primeira pessoa a não acreditar em tal idéia, especialmente considerando os padrões de beleza da minha terra natal, aliás, no Brasil, isso seria até cômico. Para ter uma idéia, quando volto para visitar familiares e amigos e conto à eles sobre o meu trabalho, o sucesso, as viagens, a correria, todos me olham da forma estranha. Acho que pensam: Fluvia, modelo? Aí mostro o meu book e, de repente, percebo o ar de espanto dando espaço para a admiração. E todos ficam realizados ao verem que uma gordinha, de fato, pode ser fotografada de forma bonita e sexy. Mas isso está longe de ser a parte mais gratificante do meu trabalho.
Quando abro meus e-mails e leio mensagens de mães, avós e meninas me agradecendo por mostrar o outro lado da moeda, isto é, que a beleza não está apenas no número da roupa que veste, mas na forma com que você se vê e se cuida. E que é possível se sentir bonita, mesmo diante de suas imperfeições.
Hoje, três anos após o início da minha carreira, já fotografei para revistas nacionais e participei de campanhas de moda onde cada curva do meu corpo foi apresentada tão perfeitamente quanto as que estamos acostumadas a ver com as modelos magras.
E, por falar em oportunidade, a chance de escrever esta coluna no Minha Vida veio para mim como um sonho! Esta é uma posição superimportante de poder dividir minhas experiências com todas vocês, assim como gostaria de ouvi-las também. Este foi apenas um pequeno trecho da minha. Tem muito mais!
Fluvia Lacerda é brasileira e mora em Nova York, onde trabalha há nove anos como modelo plus size .
Para saber mais, acesse: www.fluvialacerda.com
A adaptação não foi tão difícil, entretanto, nada poderia ter me preparado para a maior revolução que aconteceu na minha vida, anos depois de ter trocado de casa .
Um dia, estava dentro de um ônibus atravessando Manhattan quando fui abordada por uma americana, que me questionou sobre a possibilidade de trabalhar como modelo. Na hora, achei que era uma piada e cheguei até a procurar por uma câmera escondida, afinal, como eu, uma mulher acima do peso (no Brasil, meu manequim é 48), poderia ser considerada material ideal para o mundo da moda? Modelo não tem de ser de pele e osso ?
A tal mulher era editora de uma revista de moda. Ela me deu o seu cartão e me direcionou para uma agência de modelos, dando uma explicação rápida de como funcionava esse mercado plus size , isto é, exclusivo para as gordinhas. Eu não fazia idéia de que existia algo assim e, principalmente, que se tratava de um negócio lucrativo e de grande sucesso.
Alguns dias depois, após longos debates com a minha família, tomei coragem e fui conhecer a tal agência. O que tinha a perder? Consegui, para minha surpresa, facilmente um encontro com o agente indicado pela editora. Aparentemente, ela já havia entrado em contato com ele e mencionado a possibilidade da minha visita.
Conversamos por muito tempo e comecei a entender todos os detalhes sobre o que envolve o trabalho de modelo. Mas o que mais me impressionou foi ter sido considerada uma mulher de beleza exótica ! Nem preciso dizer que nós, brasileiras, temos ótima reputação no mundo da moda. Morro de orgulho de ser brasileira e Deus sabe como agradeço por ter essas raízes! Saí de lá com o contrato e depois disso, sim, minha vida mudou completamente.
Minha carreira tem sido um conto de fadas! Quem diria que uma gordinha poderia ser considerada linda e sexy? Eu mesma seria a primeira pessoa a não acreditar em tal idéia, especialmente considerando os padrões de beleza da minha terra natal, aliás, no Brasil, isso seria até cômico. Para ter uma idéia, quando volto para visitar familiares e amigos e conto à eles sobre o meu trabalho, o sucesso, as viagens, a correria, todos me olham da forma estranha. Acho que pensam: Fluvia, modelo? Aí mostro o meu book e, de repente, percebo o ar de espanto dando espaço para a admiração. E todos ficam realizados ao verem que uma gordinha, de fato, pode ser fotografada de forma bonita e sexy. Mas isso está longe de ser a parte mais gratificante do meu trabalho.
Quando abro meus e-mails e leio mensagens de mães, avós e meninas me agradecendo por mostrar o outro lado da moeda, isto é, que a beleza não está apenas no número da roupa que veste, mas na forma com que você se vê e se cuida. E que é possível se sentir bonita, mesmo diante de suas imperfeições.
Hoje, três anos após o início da minha carreira, já fotografei para revistas nacionais e participei de campanhas de moda onde cada curva do meu corpo foi apresentada tão perfeitamente quanto as que estamos acostumadas a ver com as modelos magras.
E, por falar em oportunidade, a chance de escrever esta coluna no Minha Vida veio para mim como um sonho! Esta é uma posição superimportante de poder dividir minhas experiências com todas vocês, assim como gostaria de ouvi-las também. Este foi apenas um pequeno trecho da minha. Tem muito mais!
Fluvia Lacerda é brasileira e mora em Nova York, onde trabalha há nove anos como modelo plus size .
Para saber mais, acesse: www.fluvialacerda.com
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