sábado, 18 de agosto de 2012

Dieta mediterrânica na meia idade protege os ossos


Dieta mediterrânica na meia idade protege os ossos




Adotar uma dieta mediterrânica, rica em azeite, mesmo que esta não tenha sido seguida a vida inteira, dá aos ossos uma garantia de maior proteção durante o envelhecimento. A conclusão é de um estudo espanhol, que revelou que apenas dois anos sob este regime alimentar ajudam a preservar e até a desenvolver a massa óssea nas pessoas mais velhas.
 
O potencial da dieta, que engloba os hábitos alimentares considerados tradicionais para as populações de muitos países da Europa do sul, entre os quais Portugal, sempre foi conhecido, acreditando-se que melhora o coração e contribui para prevenir o cancro por ser rica em frutas, vegetais, peixe e gorduras saudáveis como o azeite e pobre em carnes vermelhas e laticínios.
 
Porém, o estudo "Predimed - Prevencion con Dieta Mediterranea", recentemente divulgado e desenvolvido por investigadores do Hospital Dr. Josep Trueta em Girona, Espanha,  mostra benefícios mais alargados, permitindo constatar que quem consome mais azeite possui níveis mais elevados de osteocalcina - uma hormona ligada à resistência dos ossos - no sangue.
 
O estudo em causa envolveu 127 pessoas com idades entre os 55 e os 80 anos e com elevado risco de problemas cardiovasculares devido a causas como diabetes tipo 2 ou hipertensão arterial. Os voluntários foram divididos em três grupos: um seguiu uma dieta mediterrânica com frutos secos variados, outro uma dieta mediterrânica com consumo de, pelo menos, 50ml de azeite virgem por dia e o último uma dieta pobre em gorduras.
 
Aqueles que seguiram a "dieta do azeite" foram aconselhados a utilizá-lo para cozinhar e temperar saladas, bem como a ingerir mais fruta e vegetais e menos carne vermelha e a evitar manteiga, natas, bolos e "fast-food". No caso de terem o hábito de beberem álcool, os especialistas sugeriram-lhes o consumo moderado de vinho tinto.

Azeite ajuda à preservação óssea
 
Após dois anos de investigação, a equipa concluiu que os que se alimentaram de acordo com estas regras registaram um aumento significativo na concentração de osteocalcina e outros marcadores associados à formação e fortalecimento dos ossos, um efeito que não se fez sentir em nenhuma das outras dietas.
 
"Este é o primeiro estudo aleatório que demonstra que o azeite preserva os ossos em humanos, considerando os marcadores em causa. É importante sublinhar que a osteocalcina no sangue surge associada à preservação da secreção de insulina nos sujeitos que consumiram azeite", explicou Jose Manuel Fernandez-Real, do Hospital Dr. Josep Trueta.
 
As conclusões vêm dar apoio a resultados obtidos por investigações anteriores, que davam conta de que os países mediterrâneos têm uma menor incidência de osteoporose em comparação com as nações do Norte da Europa, o que poderá dever-se a fatores relacionados com a alimentação.
 
Clique AQUI para aceder ao estudo (em inglês) publicado o mês passado no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism. 




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