sábado, 15 de setembro de 2012

Semana de moda de Londres está entre a euforia pós-olímpica e temores pela Burberry




Londres toma nesta sexta-feira (14) a vez de Nova York como principal semana de moda em plena euforia pós-olímpica, mas a perspectiva de números decepcionantes para uma de suas marcas mais famosas, a Burberry, provoca incertezas na véspera do início do evento.
Mais curta e menos famosa do que suas irmãs nova-iorquina, milanesa e parisiense, a semana de moda londrina aposta tradicionalmente em seus jovens talentos.
Londres recebe pelo segundo ano consecutivo o título de "capital mundial da moda" atribuído pelo grupo americano Global Language Monitor (GLM), que estuda as tendências nos meios de comunicação. Este novo número um se deve, segundo o GLM, à imagem de Catherine, esposa do príncipe William, transformada em "ícone de moda", e às repercussões do sucesso dos Jogos Olímpicos organizados na capital britânica.
Cerca de 60 desfiles e 30 apresentações fazem parte do programa oficial do evento, que vai apresentar as tendências para a primavera/verão 2013.
"Londres tem uma identidade muito específica, somos conhecidos por nossa criatividade, nossos jovens talentos que criam empresas de sucesso", diz Caroline Rush, diretora geral do Conselho Britânico de Moda (BFC em inglês), organizador do evento.
Jovens, em sua maioria formados por escolas de moda famosas como a Central Saint Martins, identificam-se com "marcas sólidas como a Burberry e grandes estilistas emblemáticos como Paul Smith e Jasper Conran", disse em entrevista à AFP.
Verdadeira instituição da moda britânica, a Burberry surpreendeu a indústria ao anunciar esta semana que sua receita ficará abaixo das expectativas dos investidores, depois de ter registrado uma redução em suas vendas. A notícia fez sua ação em bolsa cair e levar junto as ações de outros grupos do setor de luxo.
A marca, famosa no mundo inteiro por seu icônico trench coat, foi atingida pela desaceleração da economia chinesa, principal motor de seu crescimento, assim com outros grupos do setor.
"Todo mundo sabe que a situação econômica é difícil neste momento", reconheceu Caroline Rush, assegurando que apesar disso a Burberry continua sendo "uma marca de sucesso".
Outra marca britânica muito presente na Ásia, a Mulberry, promete mais uma vez um dos desfiles mais famosos desta edição. O mesmo acontece com Vivienne Westwood, que apresenta sua segunda linha, Red Label. 
Como a veterana pioneira do punk, que elegeu Paris para sua coleção principal, outras marcas como Alexander McQueen e Stella McCartney não desfilam em Londres.
Mas Caroline Rush acredita que esta tendência é passado, e que os estilistas "estrela" atuais, como Christopher Kane e Jonathan Saunders, figuram entre os fiéis à capital britânica.
Esta edição se caracteriza, além disso, pela volta de Preen, da dupla britânica Thornton e Bregazzi, assim como do famoso estilista de chapéus Philip Treacy.
As coloridas estampas digitais serão novamente protagonistas em Londres, graças em particular às propostas de Mary Katrantzou, Peter Pilotto e Erdem.
A ratinha Minnie dará seus primeiros passos na passarela britânica, já que vários estilistas criaram uma coleção especial inspirada na namorada de Mickey, o famoso personagem da Disney, que será apresentada no próximo sábado na majestosa Somerset House.

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